quarta-feira, 10 de setembro de 2008

YouTube - The Art of Violin-Pt 2: Transcending the Violin: Ysaye (1)

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YouTube - The Art of Violin - Pt 2:Transcending the Violin: Enescu (2)

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YouTube - The Art of Violin-Pt 2:Transcending the Violin: Kreisler (3)

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YouTube - The Art of Violin-Pt 2: Transcending the Violin: Neveu (4)

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YouTube - The Art of Violin-Pt 2:Transcending the Violin: Thibaud (5)

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YouTube - The Art of Violin-Pt 2: Transcending the Violin: Stern (6)

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YouTube - The Art of Violin-Pt 2: Transcending the Violin: Violins (7)

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YouTube - The Art of Violin-Pt 2:Transcending the Violin: Szeryng (8)

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YouTube - The Art of Violin-Pt 2: Transcending the Violin: Styles (9)

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YouTube - The Art of Violin-Pt 2:Transcending the Violin:Oistrakh (10)

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domingo, 15 de junho de 2008

João Luiz Sampaio

João Luiz Sampaio:
Do maestro e pianista Daniel Barenboim, em entrevista hoje de manhã: “É preciso entender que força não é poder, é um elemento utilizado pelo poder. Quando se está tocando uma sinfonia, força significa perda, restringe a interpretação, retira dela toda nuance. Você percebe o verdadeiro sentido do poder quando todos os instrumentos tocam juntos em uma sinfonia de Bruckner e ninguém se sobressai, todos são ouvidos, dos metais à segunda flauta. É a transparência que dá riqueza, dá poder, força. O mesmo vale para o poder político, ele também precisa surgir da transparência. Força e intensidade são coisas muito diferentes.”

quinta-feira, 5 de junho de 2008

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Domingo, 20 de Agosto de 2006 Schumann em cena O pianista Edson Bandeira de Mello presta homenagem aos 150 anos de falecimento do compositor Schumann, tocando as peças dele, em recital no Teatro de Santa Isabel. Será dia 29, às 21h. Fonte: JC, Caderno C, Coluna Dia-a-dia, 20/08/06
Recital homenageia o criador da Sinfônica Maestro gaúcho Vicente Fittipaldi, que regeu a OSR por quatro décadas, deixou legado no ensino e apreciação da música clássica no estadoRafael Dias Especial para o DIARIO Ainda hoje, sempre que se refere ao maestro Vicente Fittipaldi, a classe musical pernambucana, principalmente os que conviveram com o professor e violonista de formação, lembra com tom nostálgico e respeito solene seus trabalhos prestados à promoção do ensino e da música em Pernambuco. É compreensível tamanha reverência, afinal sua atuação reverbera até os dias atuais. Um dos fundadores da Orquestra Sinfônica do Recife (OSR) e do Conservatório Pernambucano de Música, o regente gaúcho, natural de Uruguaiana, amava a cidade que o adotou, assim que aqui chegou em 1925. Embora sua contribuição tenha sido crucial, pouco se fala sobre sua trajetória. Para rememorar a vida e obra do amigo, o pianista Edson Bandeira de Mello apresenta hoje um recital em homenagem a Fittipaldi, no Teatro de Santa Isabel. A apresentação é aberta ao público. O recital Barroco, Clássico, Romântico faz menção a uma importante efeméride na carreira de Fittipaldi. Há 70 anos, a Orquestra Sinfônica do Recife, que foi fundada em 1930 pelo maestro junto com Walter Cox e Ernani Braga sob o nome Orquestra Sinfônica da Sociedade de Concertos Populares, deixava de ser uma orquestra particular para passar à gerência da prefeitura, situação que perdura até hoje. Em 1941, foi vinculada ao governo do estado, na gestão de Agamenon Magalhães. A adoção do poder governamental representou avanço na profissionalização da música em Pernambuco. Fittipaldi, que chegava a tirar do próprio bolso para cobrir custos, pôde desenvolver projetos com a Sinfônica, da qual foi regente por quatro décadas. Seus feitos à frente da Sinfônica estão latentes na memória dos músicos. Como produtor, o maestro tinha uma facilidade em arrolar amizades e convidar solistas ilustres para se apresentarem no Recife. Virtuoses como Rubinstein e Horowitz passaram por aqui em meados do século passado. Foi dele também a idéia de promover concursos para a revelação de novos talentos, como o Jovens solistas da Orquestra Sinfônica e o Concertos para a juventude. Nesse período, despontaram alguns pupilos, hoje consagrados, entre eles Cussy de Almeida e Nair Rottmann. "Ele abria as portas para quem estava começando, estimulando os jovens a trabalhar mais e melhor", diz Edson Bandeira, que preparou recital com diferentes períodos do erudito e obras de Bach, Mozart, Schubert e Chopin. Será distribuída a plaqueta, reeditada pela Editora Universitária, do título Doutor Honoris Causa da UFPE, concedido a Fittipaldi em 1983. Serviço Recital de piano com Edson Bandeira de Mello, em homenagem a Vicente Fittipaldi Quando: Hoje, às 21h Onde: Teatro de Santa Isabel (Praça da República, s/n, Santo Antônio) Quanto: Entrada franca Informações: 3232-2940 Postado por Carlos Eduardo Amaral às 03:15

Audições Brasileiras - blog-clipping: Abril 2007

Audições Brasileiras - blog-clipping: Abril 2007

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Audições Brasileiras - blog-clipping: Abril 2007

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Agenda Cultural - Prefeitura do Recife

Agenda Cultural - Prefeitura do Recife: "EDSON BANDEIRA DE MELLO O pianista, fundador dos Cursos de Música e Comunicação social da UFPE, presta significativa homenagem póstuma ao maestro Vicente Fittipaldi, fundador da Orquestra Sifônica do Recife e Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Pertnambuco. 25/09/2007 21h"

Revista Continente Multicultural

Edson Bandeira de Mello - Yahoo! Search Resultados da busca

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Recital homenageia maestro Vicente Fittipaldi

Recital homenageia maestro Vicente Fittipaldi

quinta-feira, 29 de maio de 2008

RECITAL DE EDSON BANDEIRA DE MELLO

PIANISTA EDSON BANDEIRA DE MELLO ESTRÉIA INTERAÇÃO NACC-UFPE

Virá a público hoje, às 20h, no Teatro da UFPE o pianista Edson Bandeira de Mello. O Recital terá toda a sua renda revertida para o NACC (Núcleo de Apoio à Criança com Câncer). O Núcleo de Apoio à Criança com Câncer é uma instituição beneficente que tem à frente uma equipe de voluntárias coordenada pela doutora Arli Pedrosa. O objetivo do núcleo é dar assistência à crianças desprovidas de recursos e que necessitam de tratamentos específicos. Neste momento, o NACC promove campanha para alcançar uma meta ambiciosa: ampliar suas instalações físicas para atender o maior número de crianças e aumentar a eficácia do seu trabalho. O espetáculo que vai ser realizado hoje à noite inicia o projeto UFPE In Concert, da Universidade Federal de Pernambuco, coordenado pela professora Adélia Bandeira de Mello. "O UFPE In Concert é um projeto que se propõe a realizar eventos musicais de alta qualidade, mas que sejam acessíveis ao grande público. `Qualidade' é meta fundamental da Universidade. Incentivando a arte, do mesmo modo que a ciência, a UFPE contribuirá não apenas para a divulgação de novos talentos, mas, também, para sedimentar hábitos culturais indispensáveis à formação de países intelectualmente desenvolvidos. O projeto da universidade aparece, portanto, como uma nova e acessível opção", comenta a professora. De acordo com Adélia Bandeira de Mello, a idéia de iniciar o UFPE in Concert, parte da indicação da universidade de propor e receber apoio. "O NACC é uma Instituição filantrópica e sem fins lucrativos. Ao trazer, do interior do Estado, crianças que não têm possibilidade de um tratamento adequado em seus locais de origem, o NACC está se movimentando para sanar uma das chagas brasileiras: a da criança desassistida. Em trabalho conjunto com as prefeituras, essas crianças encontram aqui, além do tratamento médico, uma casa acolhedora que as trata com amor e carinho, preocupada que está com seu bem estar físico e emocional. Ao tomarmos conhecimento da campanha para a melhoria das instalações físicas dessa instituição, que trabalha exclusivamente com voluntárias, avaliamos que seria bom engajarmos a UFPE", afirma Adélia. A professora lembra ainda que é cada vez mais necessário promover uma total mobilização nas mais amplas camadas da população para que aconteça uma ajuda mais efetiva à causa das crianças brasileiras. Esta proposta de unir arte, universidade e sociedade, certamente é uma forma de mobilização. "Estamos, portanto, diante de um programa que deverá apontar direções, ajudando-nos a avaliar as ações que deverão ser empreendidas". Serviço Concerto de Edson Bandeira de Mello com renda revertida ao NACC - Hoje, a partir das 20h, no Teatro da UFPE (Campus da Universidade Federal de Pernambuco). Os ingresso custam R$ 10,00 e estão à venda no local ----------------------------------------------------------------------- Jornal do CommercioRecife - 25.10.99Segunda-feira

quarta-feira, 28 de maio de 2008

A MÚSICA ARMORIAL EM RECIFE

A MÚSICA ARMORIAL Mesmo podendo dizer ser verdade que todos os compositores de todos os países do mundo usaram o folclore como fonte de inspiração para criarem verdadeiras Obras de Artes Musicais, é forçoso reconhecer que não o fizeram da mesma forma que Ariano. Efetivamente, Ariano fechou um círculo sobre todas as formas, filosofias e estéticas de uma arte plural do mais alto nível e soube manter, em todas elas, o mesmo sotaque nordestino-erudito-popular. O “Movimento Armorial” é pleno de nomes importantes da cultura pernambucana. Têm expressão nacional e mesmo internacional.No início, para levar adiante seu projeto específico de Música, Ariano reuniu um grupo muito bom de compositores, intérpretes e filósofos-intérpretes. O grupo inicial foi constituído pelo compositor Clovis Pereira, pelo violinista Cussy de Almeida e pelo violista Jarbas Maciel. Este grupo realizou pesquisas próprias e trabalhou sobre as de outros pesquisadores, como Guerra Peixe. (para mais informações sobre músicos do Movimento Armorial clique em: http://olhosqueveem.blogspot.com/2007/06/msica-armorial-os-criadores-da-msica.html ou copie o link e o cole em seu navegador). Independentemente de sua atuação junto ao grupo Armorial de Ariano, Clovis Pereira projeta-se além fronteiras. Sua Grande Missa Nordestina é uma obra de gênio. Contemplem-na. Ela se encontra neste “site”. A Grande Missa foi escolhida para ter algumas de suas partes executadas no Rio de Janeiro, durante as comemorações dos 500 anos da descoberta do Brasil. Do mesmo compositor, há, aqui outras obras de valor inconteste como os: Concertino Para Violoncelo e Orquestra de Cordas, composta para o grande violoncelista pernambucano e internacional Antônio Menezes, Concertino Para Violino e Orquestra de Cordas, além da Música Armorial de Clovis Pereira. Você pode escolher ou ouvir todas: No Reino da Pedra Verde – Aboio – Galop – Terno de Pífanos (dedicada a Ariano Suassuna) – Mourão Gerra Peixe-Clovis Pereira – Cantiga – O Príncipe Alumioso (dedicada a Ariano Suassuna) – Maracatucando - Sanctus e Agnus Dei da grande Missa Nordestina interpretados pela Orquestra de Câmera Jovem do Rio de Janeiro, Orquestras Virtuosi e a Orquestra a de Câmera do Conservatório Pernambucano de Música. (para ouvir a Grande Missa Nordestina clique aqui--- para ouvir o Quarteto nº 1 clique aqui--- para ouvir o Concertino Para Violoncelo e Orquestra de Cordas clique aqui--- para ouvir o Concertino para Violino e Orquestra de Cordas clique aqui— para ouvir a Música Armorial de Clovis Pereira, clique aqui---) Do Movimento Armorial brotaram, na Música: o Balé Armorial do Nordeste, a Orquestra Armorial de Câmera, a Orquestra Romançal, o Quinteto Armorial e o artista de primeira grandeza Antônio Carlos Nóbrega, notável intérprete e criador desse magnífico estilo. (interessados em obter mais informações sobre Ariano Suassuna e/ou sobre a Arte Armorial, cliquem nos links abaixo: http://search.live.com/results.aspx?mkt=pt-br&FORM=TOOLBR&q=Ariano+Suassuna+e+a+Arte+Armorial&FORM=TOOLBR http://www.google.com.br/search?sourceid=navclient&hl=pt-BR&ie=UTF-8&rlz=1T4ADBR_pt-BRBR270BR270&q=Ariana+Suassuna+e+a+Arte+Armorial Encontrando dificuldades em obter resposta dos links clicados, copie-os e cole-os em seu navegador ou, simplesmente, digite ARIANO SUASSUNA E O MOVIMENTO ARMORIAL em seu realizador de pesquisa.

terça-feira, 27 de maio de 2008

A MÚSICA COMO ARTE

A MÚSICA COMO ARTE: "NavbarEditar A MÚSICA COMO ARTE Adicionar um elemento de página Quem sou euEdit Postagens no blogEdit A Música Em Recife - Conquistas e Perdas A TEORIA E A ARTE -Arte... ...mas... ...o que é mesmo A Arte? -Bem... Artes são formas de comunicação capazes de produzirem em nós a emoção estética. Daí a importância das Artes para a formação equilibrada do ser humano. De fato, as Artes são formas de comunicação que se direcionam a nossa “sensibilidade emotiva” produzindo verdadeiros “estados de espírito”. Não é o conhecimento intelectual quem no fará assimilar a Arte. Provavelmente, esta é uma das razões pelas quais os Críticos de Arte e também os Professores quando ministrando Aulas de Arte, são teóricos demais. Os Críticos porque, quase sempre, estão procurando defeitos ao invés de usufruirem a “comunicação estética” que lhes está sendo transmitida.Teorizam ao invés de se maravilharem com as novas concepções que surgem. Não apenas com as novas concepções que surgem entre intérpretes diferentes, mas, sobretudo com as novas concepções ou, mais adequadamente, novas percepções de um mesmo intérprete que a cada momento encontra sutilezas estéticas que vêm enriquecer sua interpretação da obra revivida.Sim! Obra revivida, pois, cada interpretação significa uma ressurreição da obra que, até então, permanecida morta nos signos das partituras. Os Professores, infelizmente e em sua maioria (e isto não apenas aqui, mas no mundo inteiro) porque buscam uma fundamentação cognitiva para o que é, simplesmente, emotivo. Na verdade, eles estão mais preocupados em mostrar conhecimento e, quando são bons, em demonstrar que são capazes de produzir bons conceitos para rótulos sem significado musical efetivo. É como na fala... ...ou na escrita, por exemplo. Não estou preocupado se estou falando ou escrevendo um substantivo, um adjetivo, um verbo, um pronome. O fluxo dos significados impõem o uso de tais ou quais significantes. A forma de usá-los é quem fará a diferença. Um exemplo na música? É fácil! Eu já recebi e tenho presenciado inúmeras aulas de harmonia. O Professor se esforça para que o aluno compreenda a diferença entre uma “cadência perfeita” e uma “cadência plagal”(por exemplo).No entanto, jamais eu vi qualquer deles se esforçando para que o aluno perceba, sinta, contemple os diferentes significados expressivos existentes entre diferentes formas de usar aquela mesma “cadência perfeita”. E portanto, nos diferentes significados expressivos de um mesmo rótulo situa-se a própria essência da interpretação musical. Na Teoria, têm todos o mesmo rótulo. Na relidade, porém, quão diferentes podem ser os significados expressivos que podemos ter sob um mesmo rótulo... Se de fato estivermos ouvindo o que estamos lendo nas partituras, vamos encontrar que algumas são lânguidas e sensuais, outras nobres e solenes. Há as que são marciais! Heróicas! Outras... ...fúnebres... tristonhas... Há as que explodem de júbilo enquanto outras... ...nos preenchem com uma alegria ...sonhadora... ...afetuosa... ...quase amorosa... Mas, na Teoria? São todas iguais! Iodas cadências perfeitas! E então? Por que parecem tão diferentes? Efetivamente, o que encontramos em uma Obra de Arte vai muito além da Teoria da Arte e de sua representação gráfica. Teoria da Música... ...teoria é análise... ...arma do cognitivo... ...mas as Artes? São de um sincretismo que apenas a Caixa de Pandora de nosso subconsciente é capaz de fazer surgir... ...asssim... ...inesperada e inexplicavelmente... Então? Deu para entender? -É... ...mais ou menos... ...está analítico demais... ...mas você pensou em Estética... ...não é essa coisa de ficar mais bonito, ser bem malhado, melhorar a conformação do rosto, ter um corpo escultural, fazer cirurgia plástica? -Apropriaram-se do nome para venderem a beleza. No entanto, Estético é o estado de espírito que se produz em nós pela contemplação de uma obra de arte. Esse estado de espírito nada tem a ver com a beleza. Pode mesmo ser trágico ou feio. Até repugnante. A Estética é o estudo das causas e dos efeitos dessa contemplação. É a teoria dos efeitos da contemplação. -Estado de espírito... ...contemplação... ...é meio complicado... Tenho ganas de dizer: Ora! Mas que bobagem! De repente aparece um doido gritando por ai que vai me matar e acaba criando em mim um estado de espírito de terror. Então? Ele está criando uma obra de arte? -Claro que não. Veja! Estando sozinho em seu quarto você pode ser envolvido por uma onda de ternura, de saudade ou por uma raiva enorme a exigir vingança. Mesmo sentindo coisas semelhantes você não estará criando nem contemplando uma Obra de Arte. Está apenas dando vazão a seus sentimentos. É na “contemplação” da obra criada que vamos encontrar elementos capazes de conduzirem a Estética a nosso espírito. A contemplação não é analítica. Ela é sincrética e está muito mais ligada ao subjetivo, do que ao objetivo. -Bem! Então me esclareçam um fato recente. O País todo se comoveu quando alguém jogou sua filha de cinco anos, alegre, gentil simpática, pela janela de um edifício, tendo, primeiro, a esganado. Este fato gerou um estado de comoção muito intenso na população brasileira. Suponho, portanto, que esse alguém fez uma obra de arte e que o público brasileiro a acompanhou com um estado de espírito Pleno de Arte. É assim? - Não! O que soubemos foi a obra de um insano. No entanto este mesmo fato pode vir a ser o tema de um filme que atinja um nível artístico tão alto que venha a ser premiado com um Oscar. Para esclarecermos melhor vamos ver um exemplo semelhante e que não provocou reação alguma do público ou das autoridades. Um outro insano, que se julga Artista, amarrou um cachorrinho raquítico com uma corda, deixando-o na Sala de uma Exposição de Arte durante dias e noites, sem comer nem beber nada, definhando lentamente até a morte. Nem mesmo se sabe como esse insano obteve a permissão para fazer tal coisa como se fosse Arte. Mas os loucos não necessitam de permissão para praticarem suas insanidades. Os campos de concentração, as guerras inúteis que aniquilam o bem estar da humanidade, os assassinatos em massa estão ai para nos mostrarem isto. Ali não são produzidas Obras de Arte. São produtos destrutivos, que minam nossas resistências e acabam nos levando a procurar refúgio, seja na alienação total, seja no acovardamento. É curioso que essas obras sejam igualmente incentivadas pelos políticos que também não desejam ter reações contrárias, preferindo fazer o “marketing” do: “Não reajam nunca! Façam tudo o que eles mandarem porque reagir é perigoso para você e para seus filhos!”. Tão diferente de meu tempo de rapaz no qual, jamais uma dupla de bandidos armados poderia ter estuprado duas moças em um ônibus lotado e ao meio dia, em uma das avenidas mais movimentadas do Recife, sem que ninguém reagisse e as protegessem. É assim que acontece. É assim que nós somos formados. É assim que nos transformamos em seres que se refugiam no medo, o que os leva não a um Estado de Arte e sim a um estado de alienação que gera, apenas, uma análise crítica atordoada e abafada pelo nada. De fato, não queremos nos envolver e passamos o tempo fingindo não ver o que ocorre a nossa volta. Mas... ...vamos voltar ao Nível das Artes: a emoção estética existe quando é alcançada uma interação muito forte entre os elementos expressivos da Obra de Arte e os Estados de Espírito que ela é capaz de gerar nos seres humanos (e tenho as minhas dúvidas se elas não alcançam, também, outros animais superiores na escala zoológica). Quando isto ocorre, nossa atitude é bem diferente da que temos com relação a um pai assassino ou a um pseudo artista perturbado. Efetivamente, nós não queremos destruir a Obra de Arte e, menos ainda o seu autor (como queremos destruir os assassinos insanos). Queremos preservá-los, protegê-los, mantê-los intactos. Por que isto? Porque, nossos estados de espírito são gerados pelas reminiscências armazenadas em nosso subconsciente e revividas pela contemplação de uma obra que, só então, se torna Arte. É isto! Nós a reconhecemos e revivemos. Veja! Quando vamos ao cinema, ao teatro, a um concerto, a um ballet, à ópera, por exemplo, sabemos que vamos contemplar um espetáculo de Arte, mesmo que ele possa oscilar entre o medíocre e o excelente. Esse estado de contemplação pode ser tão profundo que aquele barulhinho de papel de bombom sendo desembrulhado ou o do celular tocando (mesmo que abafadamente) cria uma espécie de abismo entre a obra que está sendo contemplada e a percepção estética. Também quando lemos um bom livro estamos contemplando o que o autor nos narra e revivendo aquilo que ele nos transmite. Nos incomoda quando tentam interromper esse estado e é até freqüente que esqueçamos de dormir para não quebrá-lo. No entanto, quando vamos a um barzinho tomar um chope, a um restaurante chique que tenha uma boa música ambiente, um jazz bem tocado ou quando vamos pular a fogueira e dançar o São João ou nos enfurnamos em uma boate, de fato não vamos “contemplar” nada. Vamos apenas nos divertir. Divertir, porém, não é o objetivo da Arte. Seu objetivo é superior a isto. Seu objetivo é o de nos colocar, frente a frente com nós mesmos através da obra de um criador. -Mas, então... ...como podemos aplicar isso à Música? Ela não é abstrata demais para poder fazer-se contemplar? Contemplar não está mais ligado a “ver” do que a “ouvir”? -Não! Contemplar é envolver-se através do espírito. A pessoa que contempla é envolvida por uma comunicação superior e fica em estado quase que de sonho. Quando estamos dormindo nós revivemos aquilo com que estamos sonhando. O sonho é, sempre, muito real. É sempre sentido e vivido enquanto permanecermos nele. Nós sabemos, no entanto, que o sonho não é um produto do nosso consciente. Ele é produzido pelas reminiscências que estão armazenadas em nosso subconsciente e que são revividas enquanto estamos em um estado de muito pequeno domínio analítico. Entendeu agora? -É! Mas preciso sentir melhor tudo isto. -É verdade. Mas, voltando a seu questionamento de a música ser abstrata. No fundo mesmo, toda comunicação estética é subjetiva. Mas, subjetivo e abstrato são coisas distintas, não é? Objetivamente, o material que a música utiliza para elaborar suas construções é o som. O som e o sentido da audição nada têm de abstratos. O som é um importante meio de comunicação, fundamental como elemento de sobrevivência e preservação da espécie. O enriquecimento sonoro das linguagens humanas, que se tornaram capazes de traduzir mudanças mínimas de estado afetivo através de pequeníssimas inflexões de voz, é um fato extraordinário. Extraordinário mas muito concreto. Certamente, ele tem amplo parentesco com o nascimento e a evolução da arte musical. Mas nada tem de abstrato. É concretamente mensurado e traduzido pela audição. Entenda! Por que razão uma criança recém-nascida se assusta e chora com um trovão violento e parece alegrar-se com a caixinha de música que está por ali? Certamente porque os sons que ouviu lhe transmitiram informações de perigo ou de tranqüilidade, independentemente de qualquer aprendizado. Nossa percepção auditiva foi feita para decodificar uma enormidade de sinais e lhes dar a interpretação correta. É verdade que estamos perdendo o poder de contemplação e mesmo o poder de tradução dos códigos sonoros, visuais, olfativos e táteis que estão se deteriorando cada vez mais. Isto a ponto de quase não mais percebermos as nuances que alteraram o significado das informações que eles nos trazem. É poluição demais a agredir nossos sentidos e, por isto, temos de nos valer, cada vez mais, da tecnologia para minorar nossas deficiências. Comentamos isto com Alexandre Lemos. Nós lhe dizíamos que, ao entrarmos em uma Catedral Gótica ficamos maravilhados com a obra que ali se encontra e nosso espírito tende ao infinito. Ao mesmo tempo, do ponto de vista sonoro, a acústica é tão perfeitamente concebida que, sem o auxílio de qualquer amplificador sonoro faziam-se sermões que eram perfeitamente inteligíveis. Os órgãos e os corais e os diferentes instrumentos musicais enchiam aqueles amplos espaços e naves com músicas cheias de emoções duradouras as quais, ainda hoje, sobrevivem como produções da mais pura Arte Musical. Mas... em nossos dias? O que ocorre? Hoje, em nossas pequenas igrejas, todos os pregadores ou simplesmente “faladores” estão de posse de um microfone, ligado a um aparelho amplificador. Sem eles ninguém ouve nada do que está sendo dito. Se isto é válido para a fala, também o é para a música. Carros de som enormes, munidos de uma parafernália amplificadora superlativa, estão nos tornando surdos. E pior! Por serem extremamente agressivos nos tiram a possibilidade da contemplação e mesmo a de crítica objetiva da obra que está sendo executada. É ai que nos transformando em clones de um “lider gritador de microfone em punho” o qual pula freneticamente a nossa frente, em um palco "enormemente alto e amplo” para aumentar seu poder de imposição e domínio. É assim que vamos perdendo o sentido das Artes, pois isto coexiste com igual poluição visual, corporal, olfativa e tátil. Estamos perdendo tudo o que é natural (inclusive o planeta Terra). Isto nos impede de contemplar o que quer que seja... ...as estrelas, o mar, as montanhas, o luar, o canto dos pássaros, a natureza... ...nossos filhos, nossos pais... nossos esposos ou esposas... Enfim, nossa realidade está nos conduzindo tão somente a reproduzirmos elementos isolados e sem qualquer nexo em uma espécie de embriaguês coletiva, desvinculada de qualquer aspecto artístico e que dopa pela pobreza repetitiva de um ritmo que nos soterra no submundo do nada. Estamos enfatizando esses fatos pela extrema importância dos mesmos e pelas transformações violentas que vêm provocando na sociedade. É claro e é até possível que continuemos aceitando a inverdade seguinte: a sociedade humana produz aquilo que deseja ser e ter. Isto não é aceitável. Mas, nós nos comportamos, ainda, como se fossemos Eva sendo seduzida pela serpente. Na verdade, a sociedade humana usa os meios que a tecnologia lhe impõe pela força das bombas ou pela sedução do “marketing”. De fato, a humanidade já “usou aplaudindo” e tem, em estoque, milhares de ogivas nucleares seduzida que é pelo “marketing da defesa da nação". É o mesmo marketing da mesma tecnologia que não se cansa de violentar, sempre mais, a própria humanidade. O planeta continua sendo destruído. Apesar de nenhum sêr humano desejar, voluntariamente, destruir a moradia saudável de seus filhos, isto continua sendo feito. Neste momento, estamos refletindo sobre isto para podermos compreender aquilo que nós já fomos, aquilo que somos atualmente e aquilo em que estamos nos tornando. A Arte espelha tudo isto, bem melhor do que a História de Humanidade. A História simplesmente registra as causas e os efeitos. A Arte nos faz reviver e nos convida, através da emoção, a trilharmos outros caminhos. Certo? -É bem compreensível. Vou ver se sou capas de aumentar minha percepção estética. - Ótimo! Isto é muito bom! Então agora vamos voltar, um pouco mais, sobre esses sinais sonoros sobre os quais a humanidade vem, há milênios, construindo os signos e os símbolos que nos conduziram à Arte da Música e que, hoje, não mais estão sendo bem compreendidos. Ainda temos ricos depósitos aqui e ali. Um exemplo? Foi sobre esses sinais, signos e símbolos que Ariano Suassuna colocou o sotaque nordestino em todas as formas de Arte que tão bem fermentou e fomentou. A MÚSICA ARMORIAL Mesmo podendo dizer ser verdade que todos os compositores de todos os países do mundo usaram o folclore como fonte de inspiração para criarem verdadeiras Obras de Artes Musicais, é forçoso reconhecer que não o fizeram da mesma forma que Ariano. Efetivamente, Ariano fechou um círculo sobre todas as formas, filosofias e estéticas de uma arte plural do mais alto nível e soube manter, em todas elas, o mesmo sotaque nordestino-erudito-popular. O “Movimento Armorial” é pleno de nomes importantes da cultura pernambucana. Têm expressão nacional e mesmo internacional.No início, para levar adiante seu projeto específico de Música, Ariano reuniu um grupo muito bom de compositores, intérpretes e filósofos-intérpretes. O grupo inicial foi constituído pelo compositor Clovis Pereira, pelo violinista Cussy de Almeida e pelo violista Jarbas Maciel. Este grupo realizou pesquisas próprias e trabalhou sobre as de outros pesquisadores, como Guerra Peixe. (para mais informações sobre músicos do Movimento Armorial clique em: http://olhosqueveem.blogspot.com/2007/06/msica-armorial-os-criadores-da-msica.html ou copie o link e o cole em seu navegador). Independentemente de sua atuação junto ao grupo Armorial de Ariano, Clovis Pereira projeta-se além fronteiras. Algumas de suas obras encontrma-se neste site. Sua Grande Missa Nordestina foi escolhida para ser executada no Rio de Janeiro, por ocasião das comemorações dos 500 anos da descoberta do Brasil. Do mesmo compositor, há, aqui outras obras de valor inconteste como os: Concertino Para Violoncelo e Orquestra de Cordas, composta para o grande violoncelista pernambucano e internacional Antônio Menezes, Concertino Para Violino e Orquestra de Cordas, além da Música Armorial de Clovis Pereira. Você pode escolher ou ouvir todas: No Reino da Pedra Verde – Aboio – Galop – Terno de Pífanos (dedicada a Ariano Suassuna) – Mourão Gerra Peixe-Clovis Pereira – Cantiga – O Príncipe Alumioso (dedicada a Ariano Suassuna) – Maracatucando - Sanctus e Agnus Dei da grande Missa Nordestina interpretados pela Orquestra de Câmera Jovem do Rio de Janeiro, Orquestras Virtuosi e a Orquestra a de Câmera do Conservatório Pernambucano de Música. (para ouvir a Grande Missa Nordestina clique aqui--- para ouvir o Quarteto nº 1 clique aqui--- para ouvir o Concertino Para Violoncelo e Orquestra de Cordas clique aqui--- para ouvir o Concertino para Violino e Orquestra de Cordas clique aqui— para ouvir a Música Armorial de Clovis Pereira, clique aqui---) Do Movimento Armorial brotaram, na Música: o Balé Armorial do Nordeste, a Orquestra Armorial de Câmera, a Orquestra Romançal, o Quinteto Armorial, o Conjunto Sagrama e um artista de primeira grandeza, Antônio Carlos Nóbrega, notável intérprete e criador desse magnífico estilo. (interessados em obter mais informações sobre Ariano Suassuna e/ou sobre a Arte Armorial, cliquem nos links abaixo: http://search.live.com/results.aspx?mkt=pt-br&FORM=TOOLBR&q=Ariano+Suassuna+e+a+Arte+Armorial&FORM=TOOLBR http://www.google.com.br/search?sourceid=navclient&hl=pt-BR&ie=UTF-8&rlz=1T4ADBR_pt-BRBR270BR270&q=Ariana+Suassuna+e+a+Arte+Armorial Encontrando dificuldades em obter resposta dos links clicados, copie-os e cole-os em seu navegador ou, simplesmente, digite ARIANO SUASSUNA E O MOVIMENTO ARMORIAL em seu realizador de pesquisa. Adicionar um elemento de página"

AS ARTES A ESTÉTICA DOS SONS E O SÊR HUMANO

MONÓLOGO DIALOGADO SOBRE: O CONCRETO, O ABSTRATO, O OBJETIVO E O SUBJETIVO NAS ARTES SONORAS
-Arte... ...mas... ...o que são mesmo as Artes? -Bem... Artes são formas de comunicação capazes de produzirem em nós a emoção estética. Daí a importância das Artes na formação equilibrada do ser humano. De fato, as Artes são formas de comunicação que se direcionam a nossa “sensibilidade afetiva”. Produzem verdadeiros “estados de espírito” em nosso mundo interior. Efetivamente, não é o conhecimento intelectual quem no fará assimilar a Arte. Possivelmente esta é uma das razões pelas quais os Críticos de Arte e também os Professores, quando ministram aulas de Arte, são teóricos demais. Os Críticos de Arte usam e abusam da procura defeitos, Por isto, seu cognitivo trabalha bem mais que sua capacidade de "contemplar" e "usufruir" a “comunicação afetiva" (aqui significando "comunicação estética”´) que lhes está sendo transmitida. Assim, preferem analisar o que os intérpretes estão fazendo ou deixam de fazer. Teorizam ao invés de se maravilharem com novas concepções que surgem. Novas,sim! E não apenas as que surgem entre diferentes intérpretes. Novas, igualmente, nas novas percepções de um mesmo intérprete que, a cada momento, encontra sutilezas expressivas que enriquecem a assim "revivida". Os Professores, infelizmente em sua maioria (e isto não apenas aqui, mas no mundo inteiro), buscam bastante mais uma fundamentação cognitiva para o que é, simplesmente, emotivo. Na verdade, estão, na maioria das vezes, muito mais preocupados em mostrar conhecimentos e, mesmo quando os têm, em demonstrar que são capazes de produzir bons conceitos para rótulos, na maioria das vezes, pouco úteis, pois, a música não é feita de conceitos. Quer um bom exemplo? Então: eu já recebi e tenho presenciado inúmeras aulas de harmonia. O Professor se esforça para fazer os alunos compreenderem a diferença entre uma “cadência perfeita” e uma “cadência plagal” (por exemplo. Mas isto quase sempre ocorre de modo canhestramente teórico. De fato, eu nunca presenciei nenhum deles esforçando-se para que o aluno sinta (emotivamente falando) os diferentes significados que podem existir entre as diferentes formas de se empregar a dita “cadência perfeita”, por exemplo. E portanto, os diferentes significados expressivos que elas encerram constituem a própria essencia da música. É necesários observar que os fatos musicais, que na Teoria são igualmente rotulados, podem adquirir significados expressivos muito diferentes. Se formos, de fato, capazes de ouvir e de sentir o que estamos ouvimos, encontraremos, com certeza, que algumas cadências perfeitas são lânguidas e sensuais, outras são nobres e solenes. Há as que são marciais, até mesmo heróicas! Outras são tristonhas... até melancólicas, havendo, ainda, as que explodem em efusivo júbilo ou nos preenchem, suavemente, com uma alegria plena de meiga ternura. Outras as ouvimos sonhadoras... ...algumas quase indecisas... Mas, na Teoria? São todas iguais! São todas cadências perfeitas! Mas... ...por que parecem, assim, tão diferentes? Bem... ...quando ouvirem sons, busque sentir o que dizem à sua emoção... ...não fiquem buscando os que dizem a seu intelecto rotulador. Isto os fará perceber que o que encontramos em uma Obra de Arte vai muito além da Teoria.A Teoria é apenas o fruto de análises, Análises são sempre intelectuais e não podem ser, jamais, esteticamente comtemplativas. Por assim serem, as análises jamais poderão sentir o que exprimem as Artes pois não podem sentir as mudanças de "estado" de seus "espíritos" ao ouvirem grandes grande compositores, interpretados por grandes artistas. Deu para entender? -É... ...mais ou menos... ...está analítico demais... ...mas Estética não é essa coisa de ficar mais bonito, ser bem malhado, melhorar a conformação do rosto, ter um corpo escultural, fazer cirurgia plástica? -Apropriaram-se do nome para venderem a beleza. No entanto, Estético é o estado de espírito que se produz em nós pela contemplação de uma obra de arte. Esse estado de espírito nada tem a ver com a beleza. Pode até ser trágico, feio... ...até mesmo repulsivo.
-Estado de espírito... ...contemplação... ...é meio complicado... ...tenho ganas de dizer: Ora! Mas que bobagem! De repente aparece um doido gritando por ai que vai me matar e acaba criando em mim um estado de espírito de terror. Então? Ele está criando uma obra de arte? -Claro que não. Veja! Estando sozinho em seu quarto você pode ser envolvido por uma onda de ternura, de saudade ou por uma raiva enorme a exigir vingança. Mesmo sentindo coisas semelhantes você não estará criando nem contemplando uma Obra de Arte. Está apenas dando vazão a seus sentimentos. É na “contemplação” da obra criada que vamos encontrar elementos capazes de conduzirem a Estética a nosso espírito. Por não ser analística e sim sincrética a contemplação, ao contrário da análise,está muito mais ligada ao subjetivo, do que ao objetivo. Tem mais: o subjetivo está muito mais ligado ao subconsciente que ao conciente e subconsciente é uma verdadeira a "Caixa de Pandora" capaz de nos levar a "insights" e a "inspirações" que o consciente jamais faria brotar. Note que acabamos de ligar Arte à Ciência quando colocamos "insights" e "inspiração" em um mesmo plano oriundo do subconsciente. De fato, ambos são oriundos da contemplação e não da análise. -Bem! Então me esclareçam um fato recente. O País todo se comoveu quando alguém jogou sua filha de cinco anos, alegre, gentil simpática, pela janela de um edifício, tendo, primeiro, a estrangulado. Este fato gerou um estado de comoção muito intenso na população brasileira. Suponho, portanto, que esse alguém fez uma obra de arte e que o público brasileiro a acompanhou com um estado de espírito Pleno de Arte. É assim?
- Não! O que ocorreu foi a obra de um assassino.No entanto este mesmo fato pode vir a ser o tema de um filme que atinja um nível artístico tão elevado que venha a ser premiado com um Oscar. Para esclarecermos melhor vamos a um exemplo semelhante mas que não provocou reação alguma, nem do público nem das autoridades. Um outro assassino, que se julga Artista, amarrou um cachorrinho raquítico deixando-o na Sala de uma Exposição de Arte durante dias e noites, sem comer nem beber nada, definhando lentamente até a morte. Nem mesmo se sabe como esse insano obteve a permissão para fazer tal coisa. Menos ainda como se fosse Arte. Mas os loucos não necessitam de permissão para praticarem suas insanidades. Os campos de concentração, as guerras inúteis que aniquilam o bem estar da humanidade, os assassinatos em massa estão ai para nos mostrarem isto. Ali não existem Obras de Arte. Existem, apenas, elementos destrutivos que minam nossas resistências e acabam nos levando a procurar refúgio, seja na alienação, seja no acovardamento. É curioso que essas posições de alienação sejam também incentivadas pelos políticos que, em geral, não desejam ter reações contrárias. Assim, eles preferem fazer o “marketing” do: >>“Não reajam nunca! Façam tudo o que os criminosos mandarem, Não reajam! Reagir é muito perigoso para vocês e para seus filhos!”. Tão diferente de nosso tempo de rapazes no qual, jamais uma dupla de bandidos armados poderia ter estuprado duas moças em um ônibus lotado, ao meio dia, em uma das avenidas mais movimentadas do Recife. Os que ali se encontravam (dentro do ônibus lotado) fingiram que nada viram e ninguém reagiu para as protegerem. Nem elas próprias o fizeram. É assim que acontece. É assim que nós somos formados. É assim que nos transformamos em seres medrosos e desprovidos de uma sensibilidade mais elevada. Nos refugiamos em nossos temores, o que nos leva a um Estado de Não Arte, a um estado de alienação que é capaz de gerar, apenas, uma sensação atordoada que é abafada pelo vasio do nada. Não queremos nos envolver e passamos o tempo fingindo não ver o que ocorre a nossa volta. Mas... ...vamos voltar ao Nível das Artes. A emoção estética existe quando é obtida uma interação muito forte entre os elementos expressivos da Obra que contemplamos e os Estados de Espírito que ela é capaz de gerar em nós(temos nossas dúvidas de que elas não alcancem, também, outros animais superiores na escala zoológica). Quando isto ocorre, nossa atitude é bem diferente da que temos com relação a um pai assassino, a um pseudo artista perturbado ou a dois bandidos estupradores. Efetivamente, nós não queremos destruir a Obra de Arte e, menos ainda, o seu autor (como, efetivamente,pensamos em destruir os assassinos insanos). Queremos preservá-los, protegê-los, mantê-los intactos. Poruqe isto? Porque nossos estados de espírito são produzidos pelas reminiscências armazenadas em nosso subconsciente e revividas pela contemplação de uma obra que, só então, se torna Arte. É isto! Nós a reconhecemos e revivemos. Esse estado de contemplação pode ser tão profundo que aquele barulhinho de papel de bombom sendo desembrulhado ou o do celular tocando (mesmo que abafadamente) cria uma espécie de abismo entre a obra que está sendo contemplada e a percepção estética. Também quando lemos um bom livro estamos contemplando o que o autor nos narra e revivendo aquilo que ele nos transmite. Nos incomoda quando tentam interromper esse estado e é até freqüente que esqueçamos de dormir para não quebrá-lo. No entanto, quando vamos a um barzinho tomar um chope, a um restaurante chique que tenha uma boa música ambiente, um jazz bem tocado ou quando vamos pular a fogueira e dançar o São João ou nos enfurnamos em uma boate, de fato não vamos “contemplar” nada. Vamos apenas nos divertir. Divertir, porém, não é o objetivo da Arte. Seu objetivo é bem superior a isto. Seu objetivo é o de nos colocar frente a frente com nós mesmos, através da obra de um criador. -Mas, então... ...como podemos aplicar isso à Música? Ela não é abstrata demais para poder fazer-se contemplar? Contemplar não está mais ligado a “ver” do que a “ouvir”? -Não! Contemplar é envolver-se através do espírito. A pessoa que contempla é envolvida por uma comunicação superior e fica em um quase estado de sonho. Veja! Quando estamos dormindo nós revivemos tudo aquilo com que estamos sonhando. Tudo é sempre muito real. É sempre sentido, é vivido enquanto permanecemos nele. Porém, todos sabemos que o sonho não é um produto do nosso consciente. Ele é produzido pelas reminiscências que se encontram armazenadas em nossa "Caixa de Pandora" e que são revividas enquanto estamos em um estado de pequeno domínio analítico. Entendeu agora? -É! Mas preciso sentir melhor tudo isto. - Certo. Então vamos voltar um pouco mais. De maneira geral existem duas categorias, ou melhor, formas de comunicação humana. Uma delas é objetivamente conduzida e dirigida pelo consciente. É tecnicamente objetiva e sempre analítica. Exceção aos brilhantes “insight” de grandes cientistas, os quais, em segundos, mudam o rumo do já aceito há milênios, nos fazendo buscar novas caminhos. Tais “insight”, omo já vimos, têm, nas Artes" outra denominação. São conhecidos como “inspiração”. Aqui, é interessante recordarmos a excelente aula de Schöemberg, em sem seu Tratado de Composição Musical:
”Não devemos pensar que podemos compor uma obra musical juntando pedacinhos, uns aos outros, como fazem as crianças em seu jogos de montagens. De fato, a obra composta já se encontra completa no espírito do compositor. É a partir de então que ele a transcreve em partituras e a burila em seus pequenos detalhes.”
Esta observação de Schöemberg me faz lembrar o espanto de HeitorVilla-Lobos, quando, em seu quarto de hotel sempre acompanhado de sua Mindinha, ele compunha "Floresta Amazônica". Simultaneamente, conversávamos sobre assuntos os mais diversos. Dentre esses, ele nos contava o filme de “ban-bang” que havia visto naquele mesmo dia. (ele não perdia filmes de faroeste). Observando admirado a complexidade do que fazia, perguntei-lhe: ...o Villa! Como você consegue nos contar um filme assim tão detalhadamente e, ao mesmo tempo e sem qualquer hesitação, escrever uma obra de tal complexidade? Eu não consigo compreender os gênios (e sobretudo eu não compreendia mesmo, pois, ele escrevia todas as partes da orquestra, com caligrafia impecável e com extremo cuidado nas superposições das mesmas, para que, visualmente, ficassem, todas, exatamente em seus devidos lugares). Então, ele parou de escrever, parou de contar o filme, olhou para mim incrédulo e disse:
Edson! Essa pergunta me espanta quando parte de um excelente músico como você. Eu já o vi tocando peças minhas e de outros autores de grande complexidade. Volta e meia, sem parar de tocar, você fazia perguntas sobre interpretação ou sobre se tal trecho ou outro não continham erros de impressão ou coisas assim. Mas, para fazer seus questionamentos, você não parava de tocar. Será que você pensa, de fato, que eu estou compondo a Floresta Amazônica, agora? Mas que idéia! Ela já está composta há tempos. Há tempos ela ocupa seu lugar no meu espírito. Neste momento, eu a estou, apenas transcrevendo para que vocês, intérpretes, saibam do que se trata”.
Ele então sorriu, pegou seu inseparável charuto, voltou a contar o filme, e continuou a escrever aquela obra monumental para que nós, intérpretes, soubéssemos do que se tratava. Após tanto anos, observando melhor os fatos, compreendo que é assim que nós agimos. Efetivamente, agora, enquanto estou escrevendo ou quando um grande escritor escreve sua grande obra, não ficamos buscando o que escrever. Não nos perguntamos sequer uma única vez: o que vem agora? Menos ainda se vamos colocar um substantivo, um adjetivo, um verbo, um advérbio... ...uma vírgula? ...uma conjunção, uma interjeição? ...por acaso um exclamação? Nada nos perguntamos. Absolutamente nada. É como se uma terceira pessoa estivesse fazendo brotar suas idéias em nós. Idéias que não questionamos. Apenas as transcrevemos para que os leitores saibam do que se trata. Tudo brota, sem dúvida, da verdadeira “Caixa de Pandora” Nesse estágio da criação, nada passa pela avaliação cognitiva. Depois, e apenas depois, surge a observação cognitiva para burilar, recompor, mudar de lugar acrescentar e suprimir. Mas, neste momento, o consciente trabalha apenas em pequenos detalhes. Analisa e propõe: talvez fique melhor assim ou mais claro dessa maneira. É! É! de fato assim que acontece e é assim que deve ser. Se assim não for, melhor será destruir todo o já feito e tudo recomeçar, tentando sonhar melhor com o que contém nossa fabulosa “Caixa de Pandora” Então? É! Fazer tudo novamente, pois, é realmente fantástico nosso subconsciente. Os grandes gênios conseguem abri-lo melhor e mais profundamente. Assim, suas percepções do sub são mais acuradas e, instantaneamente, capturam os conjuntos que formam "um todo coerente". Já os pequenos têm uma percepção mais confusa. Por isto, captam apenas pequenas partes isoladas e tentam moldá-las com as ferramentas do consciente. Assim, jamais chegarão a uma Floresta Amazônica ou a um Pássaro de Fogo, talvez nem mesmo a uma Sonata de Scarlatti. É esta a verdade. Mas, voltando a seu questionamento sobre ser, a música, uma arte abstrata. Bem. Não podemos confundir abstrato com subjetivo. No fundo mesmo, toda comunicação estética é subjetiva. Porém, subjetivo e abstrato são coisas distintas, não é? Observe: objetivamente, o material que a música utiliza para elaborar suas construções artísticas é o som. O som e o sentido da audição nada têm de abstratos. Ao contrário, são importantes meios de comunicação, fundamentais como elementos de sobrevivência e preservação da espécie humana. O enriquecimento sonoro das linguagens humanas, que se tornaram capazes de traduzir mudanças mínimas de estado afetivo através de pequeníssimas inflexões de voz, é um fato extraordinário. Extraordinário mas muito concreto. Certamente, ele tem amplo parentesco com o nascimento e a evolução da arte musical. Mas nada disto é abstrato. O som, bem como seus elementos variáveis, são concretamente mensurados e traduzidos pela audição. Entenda! Por que razão uma criança recém-nascida se assusta e chora com um trovão violento e parece alegrar-se com a caixinha de música que está por ali? Certamente porque os sons que ouviu lhe transmitiram informações de perigo ou de tranqüilidade, independentemente de qualquer aprendizado. Aliás, quem a ensinou a chorar se não a própria natureza das coisas? Você já pode observar, como músico que é, que existem características bem diversificadas, no choro de dor de ouvido, de fome, de frio, de problemas intestinais etc. etc. etc. dos recém nascidos. Pais atentos e não tão apressados podem identificar isto sem consultar qualquer serviço de saúde. Nossa percepção auditiva foi feita para decodificar uma enormidade de sinais e lhes dar a interpretação correta. É verdade que estamos perdendo o poder de contemplação e mesmo o poder de tradução dos códigos sonoros, visuais, olfativos e táteis que se deteriom cada vez mais. Isto a ponto de quase não mais percebermos as nuances que alteraram o significado das informações que eles nos trazem. É poluição demais a agredir nossos sentidos e, por isto, temos de nos valer, cada vez mais, da tecnologia tentando minorar nossas deficiências. Comentamos isto com Alexandre Lemos. Nós lhe dizíamos que, ao entrarmos em uma Catedral Gótica ficamos maravilhados com a obra que ali se encontra e nosso espírito tende ao infinito. Ao mesmo tempo a acústica é tão perfeitamente concebida que, sem o auxílio de qualquer amplificador sonoro, faziam-se sermões que eram perfeitamente inteligíveis. Os órgãos, os corais e os diversos intrumentos e vozes enchiam aqueles amplos espaços com músicas plenas de emoção. Tão duradouras que, ainda hoje, sobrevivem como produtos da mais pura Arte Musical. ...e em nossos dias? O que ocorre? Hoje, em nossas pequenas igrejas, todos os pregadores ou simplesmente “faladores” estão de posse de um microfone, ligado a um aparelho amplificador. Sem eles ninguém ouve nada do que está sendo dito. Se isto é válido para a fala, também o é para a música. Carros de som enormes, munidos de uma parafernália amplificadora superlativa, estão nos tornando surdos. E pior! Por serem extremamente agressivos nos tiram qualquer possibilidade da contemplação e mesmo de crítica objetiva do que está sendo executado. É assim que nos transformamos em clones de um “lider gritador de microfone em punho” o qual pula freneticamente a nossa frente, em um espaço "enormemente alto e amplo” para aumentar seu poder de imposição e domínio. É assim que vamos perdendo o sentido das Artes, pois isto coexiste com igual poluição visual, corporal, olfativa e tátil. Estamos perdendo tudo o que é natural (inclusive o planeta Terra). Não sabemos nme podemos mais contemplar. Não contemplamos as Artes e, tampouco, as estrelas, o mar, as montanhas, o luar, o canto dos pássaros, a natureza... ...enfim, nossa realidade está nos conduzindo tão somente a reproduzirmos elementos isolados e sem qualquer nexo, em uma espécie de embriaguês coletiva e desvinculada de qualquer aspecto artístico, que dopa pela pobreza repetitiva de um ritmo que nos soterra no submundo do nada. Enfatizando esses fatos queremos apenas alertar para a extrema importância dos mesmos e para as transformações violentas que provocam na sociedade. É claro e é até possível que continuemos aceitando a inverdade: a sociedade humana produz aquilo que deseja ser e ter. Isto não é aceitável. Infelizmente, nós nos comportamos, ainda, como Eva sendo seduzida pela serpente. Na verdade, a sociedade humana usa os meios que a tecnologia lhe impõe pela força das bombas ou pela sedução do “marketing”. De fato, a humanidade já “usou aplaudindo” e tem, em estoque, milhares de ogivas nucleares seduzida que é pelo “marketing da defesa da nação". É o mesmo marketing da tecnologia que não se cansa de violentar, sempre mais, a própria humanidade. O planeta continua sendo destruído e isto apesar de nenhum ser humano desejar, voluntariamente, destruir a moradia saudável de seus filhos. Neste momento, estamos refletindo sobre isto para podermos compreender aquilo que nós já fomos, aquilo que somos atualmente e aquilo em que estamos nos tornando. A Arte espelha tudo isto, bem melhor do que a História de Humanidade. A História simplesmente registra as causas e os efeitos. A Arte nos faz reviver e nos convida, através da emoção, a trilharmos outros caminhos. Certo? -É bem compreensível. Vou ver se sou capaz de aumentar minha percepção estética. - Ótimo! Isto é muito bom! Então vamos voltar, um pouco mais, sobre esses sinais sonoros sobre os quais a humanidade vem, há milênios, construindo os signos e os símbolos que nos conduziram à Arte da Música e que, hoje, não mais estão sendo bem compreendidos. Ainda temos ricos depósitos aqui e ali. Um exemplo? Foi sobre esses sinais, signos e símbolos que Ariano Suassuna colocou o sotaque nordestino em todas as formas de Arte que tão bem fermentou e fomentou. Mas vamos deixar esses fatos para os próximos capítulo (ou, postagens). Até breve. Edson Bandeira de Mello